Wednesday 8 April 2009

Post muito confuso e sem nexo ou estrutura.

Quero ser outra vez estudante universitária. Quero não ter de me preocupar com a renda da casa ou o seguro do carro. Quero ter tempo para ir ler um livro em paz sem andar a correr. Quero épocas de exames, porque gosto de estudar matemática, apesar de as notas não serem famosas.
Quero ocupar as noites de terça e quinta com os ensaios da tuna.
Quero perder horas na conversa com o pessoal da faculdade.
Quero acordar na residência de estudantes, e ficar entusiasmada com todas as coisas fixes que quero fazer durante o dia.
O "eu" de agora é tão diferente do "eu" de há uns anos atrás.
A vida tornou-se na sua maioria uma frustação. Ou melhor, uma parte da vida tornou-se uma frustração. E ocupa o meu pensamento sempre. Mesmo quando estou de férias e estou a fazer coisas que gosto imenso.
Não consigo deixar de pensar que amanhã já é quinta e que estas férias estão a voar.
Eu não quero que elas voem, quero que elas passem bem devagarinho.
Se não tivesse contas a pagar, acho que me despedia e por uns tempos trabalhava noutra coisa qualquer.
Odeio corrigir cadernos e tenho 5 turmas ali no corredor à minha espera.
Gosto de preparar aulas mas não me está a apetecer nada.
Não gosto da maioria dos colegas com quem trabalho.
Estou cansada desta escola.

Quero poder deitar-me às horas a que quero e levantar-me às horas a que quero. Quero poder faltar a aulas como costumava faltar às aulas de Análise Numérica.
Xii, se houve cadeira da qual nunca percebi nada foi Análise Numérica.

Ontem falei com uma pessoa que tem dois filhos e que ganha muito, muito pouco.
Não pode pôr os filhos dois dias no futebol durante as férias porque esses dois dias custam mais do que ela ganha numa semana (menos de 70£).
E comecei a pensar que tenho muita sorte. Muita sorte mesmo.
Tenho um trabalho onde ganho relativamente bastante e que me permite viver com certos luxos.
E toda a gente tem chatices no trabalho, por isso de que é que me queixo?
E depois lembrei-me de que há pessoas no mundo que não têm o que comer. Quem dera a elas ter um trabalho, mesmo que lhes desse muitas chatices.
E queixo-me de ter de pagar a renda da casa? Quantas pessoas não dormem na rua? E eu tenho uma cama quentinha. E um sofá na sala onde gosto de adormecer durante a tarde.
E até tenho um computador e outras tantas coisas para me divertir.
E não tenho de trabalhar 14 horas por dia como certas crianças têm de trabalhar.

Na vida passamos por diferentes alturas, umas melhores, outras piores. Eu vejo sempre as coisas pelo lado mais negro. E depois passo a vida a queixar-me. Mas de vez em quando dá-me umas iluminações. E passo a ver a minha vida de uma forma mais colorida e mais optimista.
De certa maneira, acho que aconteceu isso ontem.
Às vezes é preciso colocar as coisas em perspectiva.
Não, não tenho a vida perfeita, e às vezes apetece-me mandar a escola ao ar.
Mas não tenho grande coisa para me queixar.
Pessoas mesquinhas e más há em todo o lado, tenho mais é que aprender a viver com isso. Dias maus toda a gente tem, e eu não vou ser excepção.

Aposto que daqui a uma semana e tal venho cá queixar-me que não quero voltar à escola.
Por favor, ignorem-me.

1 comment:

Li said...

Gosto da forma reflectida como pensaste no assunto...
De qualquer das formas, não te censures quando te queixas. É natural que o facto de teorizares que há coisas piores e que por isso é injusto estares triste, não te ponha mais feliz. É mesmo assim.
Queremos sempre melhor. Mas melhores dias virão, é assim a vida. E qual seria a piada dela se fosse sempre tudo bom? Aliás, arranjaríamos sempre alguma coisa para nos queixarmos, por isso não te preocupes.

Força aí! Estou a torcer por ti :)E espero que melhores dias venham...bem rápido.